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TNOnline: Mesmo com alta de 3,4% em Vale, Ibovespa cai 0,13% no dia e cede 0,46% na semana
O bom suporte proporcionado pela Vale ON, em alta de 3,40% após o balanço trimestral e o acordo sobre Mariana (MG), assegurou fechamento do Ibovespa, nesta sexta-feira, 25, em baixa de 0,13%, aos 129.893,32 pontos. Na semana, o Ibovespa acumulou perda de 0,46%, com giro fraco, em R$ 19,8 bilhões, no último pregão antes do segundo turno das eleições municipais. Assim, em outubro, que chega ao fim na próxima quinta-feira, o índice cede 1,46%, colocando a perda do ano a 3,20%.

O bom suporte proporcionado pela ação de maior peso no Ibovespa, Vale ON - em alta de 3,40% após o balanço trimestral e o acordo sobre Mariana (MG) -, assegurou fechamento perto da linha d'água para o índice da B3 nesta sexta-feira, 25, em baixa de 0,13%, aos 129.893,32 pontos. Na semana, o Ibovespa acumulou perda de 0,46%, após avanço de 0,39% na semana anterior que havia sucedido recuo de 1,37%. Assim, em outubro, que chega ao fim na próxima quinta-feira, cede 1,46%, colocando a perda do ano a 3,20%. O giro desta sexta-feira foi a R$ 19,8 bilhões.

Além de Vale, o Ibovespa contou com o apoio de Petrobras (ON +1,00%, PN +0,70%) nesta última sessão da semana, em pregão negativo para outro setor de peso, o financeiro, com destaque, entre os grandes bancos, para Bradesco (ON -1,13%, PN -1,45%) e Itaú (PN -1,12%). Na ponta perdedora do Ibovespa, IRB (-6,49%), Carrefour (-6,16%) e Hypera (-5,55%). Na face oposta, ao lado de Vale, destaque para CVC (+5,05%) e Bradespar (+3,03%), bem como para Usiminas (+4,24%) e Suzano (+2,79%), que também divulgaram resultados trimestrais.

"Vale e Usiminas apresentaram balanços trimestrais sólidos, com lucros significativos que superaram as expectativas do mercado. A Vale registrou lucro líquido de US$ 2,412 bilhões no terceiro trimestre e anunciou um acordo importante para a reparação do acidente da Samarco, o que trouxe mais confiança aos investidores", diz Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.

"Resultado da Vale veio 15% abaixo do mesmo trimestre do ano anterior, mas acima do que os analistas esperavam para o período, o que deu ânimo para alta que chegou a superar 4% na ação. E a novela de Mariana chegou ao fim dentro do que o mercado esperava", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, afirmou que o acordo assinado nesta sexta no Brasil, relativo à reparação da tragédia ocorrida em 2015, em Mariana, Minas Gerais, mostrou que a jurisdição correta de negociação é o Brasil. "Hoje conseguimos corroborar isso, que a jurisdição correta para se fazer o acordo é o Brasil", afirmou Pimenta em videoconferência para comentar o balanço da empresa.

Para Bruna Centeno, sócia e advisor da Blue3 Investimentos, em dia de agenda externa esvaziada, o desempenho de Vale ON foi fundamental para assegurar alguma estabilidade para o Ibovespa neste fechamento de semana, em sessão amplamente negativa para outros pesos-pesados do índice - e de dólar ainda pressionado, assim como a curva de juros doméstica, em meio às incertezas fiscais.

Dessa forma, para além de números corporativos bem recebidos pelo mercado nesta sexta-feira, o dia foi pautado, na B3, pelas persistentes dúvidas em relação à condução das contas públicas pelo governo, após a trégua do dia anterior, no mercado. Se, na quinta-feira, palavras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de respeito ao arcabouço fiscal haviam trazido algum alívio, nesta sexta o tom no Planalto foi outro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou publicamente de seus ministros que estejam prontos a apresentar projetos de uso dos recursos do novo acordo sobre o desastre de Mariana. "Se não dermos conta do recado, daqui a 20 meses aquilo que hoje é festejado como o maior acordo já feito, vai ser cobrado do governo como a pior coisa que já aconteceu", afirmou.

Por sua vez, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que os recursos previstos no novo acordo de Mariana não estarão sujeitos à "camisa de força" da regra fiscal, em referência à limitação de gastos prevista na regra de controle das contas públicas.

No agregado, as mensagens do dia foram lidas pelo mercado como reiteração de que o governo continua inclinado a uma agenda de projetos que justifiquem gastos, em detrimento de contenção de despesas para haver equilíbrio fiscal - o que contribuiu, nesta sexta-feira, para a alta do dólar (+0,75%, a R$ 5,7051 no fechamento) e para pressão adicional na curva de juros doméstica.

"Houve hoje uma reversão do movimento positivo que tivemos na quinta-feira. A atenção tem se voltado para a agenda de revisão de gastos prometida pelo ministro Haddad, que pode trazer novidades na semana que vem, passado o segundo turno das eleições municipais neste domingo. Pano de fundo ainda é a cautela relacionada à situação fiscal, pendente quanto ao pacote que vier a ser anunciado, muito importante para que se melhore a confiança e traga descompressão aos ativos", diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

Apesar das incertezas, o mercado financeiro está mais otimista quanto ao desempenho das ações no curtíssimo prazo. É o que mostra o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 42,86% disseram esperar que a próxima semana seja de ganhos para o Ibovespa, contra 28,57% na edição anterior, enquanto a fatia dos que acreditam em queda caiu de 28,57% para 14,29%. A parcela que prevê estabilidade manteve-se em 42,86%.