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TNOnline: Ibovespa emenda quarta perda, abaixo de 130 mil, com incerteza global e interna
Com dólar e curva do DI em alta, o Ibovespa emendou a quarta perda diária. Nesta terça-feira, 22, o índice oscilou entre mínima de 129.094,35 e máxima de 130.345,51 pontos, correspondente ao nível de abertura. No fechamento, mostrava perda de 0,31%, aos 129.951,37 pontos, com giro a R$ 18,2 bilhões. Na semana, cai 0,42% e, no mês, cede 1,41%, colocando a perda no ano a 3,16%.

Com dólar e curva do DI em alta, o Ibovespa emendou a quarta perda diária, tendo confirmado, no ajuste final, recuo ao nível de 129 mil pontos pela terceira vez no mês, como em 9 e 11 de outubro, convergindo a patamares do começo de agosto. Nesta terça-feira, 22, o índice oscilou entre mínima de 129.094,35 e máxima de 130.345,51 pontos, correspondente ao nível de abertura. No fechamento, mostrava perda de 0,31%, aos 129.951,37 pontos, com giro a R$ 18,2 bilhões. Na semana, cai 0,42% e, no mês, cede 1,41%, colocando a perda no ano a 3,16%.

Em geral, as principais ações do Ibovespa encerraram a sessão em campo negativo, entre as quais Petrobras (ON -0,48%, PN -0,39%), mas algumas melhoraram do meio para o fim da tarde, como Itaú (PN +0,17%) e Vale (ON +0,13%). Entre os grandes bancos, o ajuste foi a 1% em alguns nomes, como BB (ON -1,20%) e Santander (Unit -1,05%). Na ponta perdedora, Azul (-5,70%), Eztec (-4,21%) e MRV (-3,91%). No lado oposto, Hypera (+7,45%), Vamos (+2,98%) e Pão de Açúcar (+2,55%).

"Hypera se valorizou hoje diante da possibilidade de fusão com a EMS - empresa não listada em bolsa -, anunciada ontem e que causou forte volatilidade para suas ações, que chegaram a ser negociadas entre alta e queda de 15% no intradia conforme os investidores assimilavam as novas perspectivas para a companhia", aponta Felipe Castro, sócio da Matriz Capital.

No quadro mais amplo, "quando se olha o valuation da Bolsa, ainda está muito barata, mas a curva de juros mostra abertura que reflete a preocupação quanto ao fiscal. A melhora da nota de crédito do Brasil pela Moody's não foi ideia que o mercado 'comprou', e desde então tem se mantido dissonante, com a percepção de que se o governo vier a fazer um ajuste de rota quanto à situação fiscal, deixará para os 45 do segundo tempo para resolver", diz Daniel Utsch, gestor de renda variável da Nero Capital. "A trajetória fiscal ainda preocupa, é um balde de água fria."

Para além do cenário doméstico, fatores externos, como a proximidade de uma eleição americana de resultado incerto, os desdobramentos geopolíticos no Oriente Médio e o grau de resiliência do nível de atividade na China, também explicam o baixo apetite por risco em emergentes como o Brasil, revertendo o entusiasmo que chegou a ser ensaiado quando veio a confirmação do cenário de juros gradualmente mais baixos nos Estados Unidos: um "respiro" que passou, observa Utsch, destacando certa reversão da "rotação global" de ativos, com recursos direcionados de volta a 'big techs' dos EUA, em paralelo a rendimentos dos Treasuries em recuperação.

"Mercado segue bastante cauteloso, e hoje tivemos poucos novos catalisadores, seja aqui, seja no exterior", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. "Ascensão do Donald Trump nas pesquisas eleitorais dos Estados Unidos tem sido acompanhada com atenção, especialmente pelo discurso protecionista, com efeito para emergentes. Em um governo mais protecionista, juros tendem a ficar elevados", acrescenta Moliterno. "Ainda há divergência sobre para onde irão os juros americanos após as eleições" de 5 de novembro, enfatiza.

Assim, nem mesmo o petróleo em alta contribuiu nesta terça para desempenho positivo do Ibovespa, observa Moliterno, destacando, contudo, a melhora em alguns papéis de primeira linha, como Itaú e Vale, do meio para o fim da tarde, o que assegurou o fechamento com perdas moderadas para o índice da B3, embora abaixo dos 130 mil.